Atlântida


Atlântida ou Atlantis - "filha de Atlas" é uma lendária ilha, cuja primeira referência que se tem noticia  aparecem em duas obras de Platão,  "Timeu ou a Natureza" e "Crítias a Atlântida". Platão teria tomado conhecimento sobre 



Atlântida atraves de Sólon, que no curso das suas viagens ao Egito, questiona um sacerdote que vivia em Sais, no Delta do Nilo. Nessa ocasião, os  sacerdotes Ihe contaram que possuíam escritos narrando como Atenas havia conseguido vencer o povo atlante quando esse tentou subjugar a cidade. O fato teria ocorrido por volta de 9 000 anos antes de Sólon, ou seja, a cerca de 10.000 a.C.. Segundo os sacerdotes, o povo de Atlântida teria habitado uma ilha localizada para além dos pilares de Hércules que hoje é o Estreito de Gilbratar, onde o Mediterrâneo terminava e o Oceano começava.

Em sua obra chamado "Crítias A Atlântida", Platão fornece muitos detalhes sobre aquela sociedade. Conta que, quando os deuses dividiram as terras do planeta entre si, Poseidon (o deus dos mares) ficou com Atlântida, que constituia não uma ilha e sim um imenso continente que se estendia desde a Groelândia até o Norte do Brasil. Em uma montanha no centro desde continente vivia Cleitó, uma mortal por quem o deus se apaixonou. Da união de Poseidon e Cleitó nasceram dez filhos homens. 

Poseidon dividiu então a ilha em dez partes, uma para cada um dos filhos. O mais velho recebeu o nome de Atlas, e que passou a comandar a ilha inteira. O poder se conservou assim durante séculos. A ilha, segundo Platão, era muito rica, dispunha de grande quantidade de oricalco, uma espécie de liga de metal muito valiosa. O poder de um rei sobre outro era ditado pelos decretos de Poseidon, em uma inscrição gravada pelos primeiros reis sobre uma coluna de oricalco que se encontrava no templo no centro da ilha. Os reis eram ordenados a  se reunissem periodicamente a cada cinco ou seis anos, quando acontecia um julgamento mútuo. 

A cerimônia se iniciava com ritos táureos. Os reis ficavam sozinhos no recinto sagrado de Poseidon, onde eram soltos vários touros. Eles tinham de capturar e degolar os animais, após o que se aspergiam com seu sangue. Jogavam parte dele no fogo, enquanto juravam respeitar as leis sagradas. Ao anoitecer, vestidos com belas túnicas, sentavam-se para serem julgados uns pelos outros. Esses reis permaneceram durante muitas gerações ligados às leis divinas e, como conta Crítias, mantinham seu senso de justiça. 

Mas, com o decorrer do tempo, abandonaram o principio divino e passaram a ser "dominados" por humanos, tornando-se ávidos de poder. Foi então que começou a decadência. Zeus, o deus do Olimpo, decidiu tomar providências e promoveu uma reunião com todos os deuses. Nesse ponto, Platão interrompe a narrativa. Entretanto, retomando a obra "Timeu ou a Natureza", é possível saber como Platão imaginou o fim da ilha: "Durante um dia e uma noite horríveis, todo seu exército foi tragado de um golpe pela Terra, e ainda a Ilha de Atlântida afundou no mar e desapareceu"
 
A origem e a localização de Atlântida se perdem no tempo. Várias são as hipóteses que buscam explicar a real localização da Atlântida, e muitas delas a colocam na região do Mediterrâneo. 

A origem da ilha segundo alguns fatos estaria relacionada com uma enorme explosão do vulcão da Ilha de Thera, no Mar Egeu, ocorrida provavelmente no século XVI a.C.. Tudo o que restou do vulcão e sua cratera foi um círculo de ilhas que os italianos chamam de Santorini e os gregos, de Thera. Em 1967, o arqueólogo grego Spyridon Marinatos descobriu os restos de uma cidade cretense da Idade do Bronze em uma dessas ilhas. A população provavelmente abandonou a ilha quando os primeiros tremores de terra anunciaram a erupção, e essa fuga teria dado origem à lenda da Atlântida. A hipótese da erupção do vulcão é reforçada pela leitura de textos bíblicos. Para alguns pesquisadores, muitos dos fenômenos que a Bíblia narra, como o escurecimento do céu sobre o Egito e a separação das águas do Mar Vermelho, foram conseqüência da explosão em Santorini. 

Como sabemos, o Atlântico é a localização mais provável e aceita pela maioria dos estudiosos. No último século, incontáveis pesquisas foram realizadas e vieram a confirmar que de fato, uma enorme ilha existiu no Atlântico Norte, a oeste do Estreito de Gibraltar, ou colunas de Hércules. Neste ponto do globo, o solo se encontra mais próximo da superfície, com uma profundidade média de apenas 3.000 metros. Há algumas elevações e cumes abruptos, indicando ainda não terem sofrido intensamente os efeitos da erosão, quer seja na água, quer seja no ar, já que alguns desses cumes chegam à superfície formando as Canárias, Açores e a Madeira. O solo da região é formado por rochas de cor preta, branca e vermelha, o que nos faz voltar a Platão, o qual afirmou que:
"as montanhas da Atlântica eram de rocha preta, branca e vermelhas".

A teoria adquire certa credibilidade quando se centra a atenção no arquipélago das Ilhas Canárias. Localizado a 108 quilômetros da costa noroeste da África, ali os arqueólogos têm encontrado restos de antiqüissimas tumbas gigantes. Uma das hipóteses que permeia a teoria da Atlântida é que seus habitantes seriam muito altos. Porém, pesquisas antropológicas revelam que os antigos habitantes das Canárias vinham das costas africanas e teriam trazido consigo uma cultura rudimentar do Período Neolítico (por volta de 5000 a.C)..

Em meio às diversas hipóteses que localizam o continente perdido no Oceano Atlântico, contudo, uma pelo menos é bastante singular. Trata-se da que identifica a Atlântida como sendo a América do Sul. Quem defende essa tese é o físico Enrico Mattievich, um peruano de 52 anos, que vive há 20 anos no Brasil. Suas pesquisas sobre a Atlântida começaram  em 1981, quando, já um físico respeitado em seu país, visitou as ruínas arqueológicas no Palácio de Chavin de Huantar, no Peru. Numa das partes do palácio, um verdadeiro labirinto, encontra-se a figura da Medusa (personagem da mitologia grega que tinha os cabelos em forma de serpentes, e cuja cabeça foi cortada pelo herói Perseu) gravada em pedra. Esse detalhe inspirou os primeiros pensamentos de Mattievich sobre uma possível ligação entre a América do Sul e a Grécia, mais especificamente Creta. 

Além disso, segundo o físico, alguns objetos encontrados no Palácio de Chavin eram feitos de uma liga de ouro e prata, que ao receber uma parte de cobre tornava-se avermelhada. Esse metal, que os incas, habitantes dessa região hoje pertencente ao Chile, chamavam de coriculque, é semelhante ao oricalco. Platão, ao referir-se a ele, dizia que tinha reflexos de fogo. Por essa razão, para Mattievich, "não faltam evidências de que os gregos alcançaram o continente americano e por centenas de anos devem ter explorado a região, rica em ouro".

Como essas viagens devem ter ocorrido entre 1500 e 1200 anos antes de Platão nascer, Mattievich supõe que o filósofo tenha se enganado quando localizou a existência do continente atlântico por volta de 10000 a.C.. O contato com a América foi interrompido como se o continente tivesse sido simplesmente tragado pelas águas. Mattievich, que também estuda Física aplicada a Arqueologia, afirma ser possível testar cientificamente sua teoria, lembrando que testes de rádio-carbano, por exemplo, poderiam determinar a idade de fortalezas incas para saber se as épocas coincidem.


Pouco mais se sabe de Atlântida. Segundo Platão, esta foi destruída por um desastre natural (possivelmente um terremoto ou maremoto) cerca de 9000 anos antes da sua era. Crê-se ainda que os atlantes teriam sido vítimas das suas ambições de conquistar o mundo, acabando por ser dizimados pelos atenienses.
Segundo outra lenda, o povo que habitava a Atlântida era muito mais evoluído que os outros povos da época e, ao prever a destruição iminente, teria emigrado para a África, sendo os antigos egípcios descendentes dos atlantes.

Recentemente um  engenheiro da aeronáutica, Bernie Bamford brincando com o Google Ocean (que permite a visualização de áreas embaixo d’água), achou no fundo do mar o que seria vestigios de um mapa gravado no solo aquático.
Aproveitando este fato, o tablóide inglês “The Sun” publicou a descoberta como sendo a descoberta de Atlântida. Utilizando o argumento que o achado não pode ser uma formação natural, mas uma construção humana, o tablóide imediatamente causou grande  impacto. O jornal afirma ainda que de acordo com análise feita a partir da imagem emitida pelo software, as ruínas do continente perdido estariam no oceano Atlântico, a 965 quilômetros ao oeste das ilhas Canárias, a uma profundidade de 5,6 quilômetros.

Em um pronunciamento, a Google disse que as marcas captadas pelo programa são plantas deixadas por navios, que são usadas para a coleta de dados na confecção do mapa oceânico. O que os usuários estão vendo são artefatos do processo de coleta de dados, explicou uma representante da Google.

Essa teoria, como as demais, possui sua carga de verossimilhança. Porém, nenhuma delas pôde ser totalmente comprovada ante a absoluta carência de restos arqueológicos que possam ser identificados, com certeza, como sendo da Atlântida. Talvez o mistério maior não esteja em saber se ela existiu ou não, ou onde se localizava, mas por que, há tanto tempo, os homens continuam à sua procura.

4 comentários:

  1. Pelo menos como Mitologia é muito legal ler. Um abraço. Drauzio Milagres.

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  2. Como tudo que envolve a Atlântica, é possivel, teorias brotam de todos os lugares, já ouviu teorias que a Atlantida estaria na penisula de Yucatan no México.

    Afinal o mistério continua

    Abraço

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Teorias surgem quando a curiosidade persiste. Díficil mesmo é a verdade. Esses seres não eram terrestres, bem, do nosso grau de consciência, pelo menos, rs.

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