Teletransporte


Em 1982 na Universidade de Paris ocorreu um fato muito importante. Uma equipe de pesquisas liderada pelo físico Alain 
Aspect realizou o que pode mudar a face da ciência. Você pode não ter ouvido falar sobre isto nas notícias. De fato, a menos que você tenha o hábito de ler jornais e revistas científicos, você provavelmente nunca ouviu falar no nome de Aspect. 



Aspect e sua equipe descobriram que sob certas circunstâncias partículas subatômicas como os elétrons são capazes de instantaneamente se comunicar umas com as outras independente da distância que as separam. Não importando se está distância é de 10 centímetros ou de 1000 Km. De alguma forma uma partícula sempre sabe o que a outra está fazendo. Esta descoberta esbarra n a por muita tempo sustentada afirmação de Einstein "de que nenhuma comunicação pode viajar mais rápido do que a velocidade da luz". Einsten um dos padrinhos da física quântica, rejeitava esse tipo de "telepatia" entre partículas, que chamava de "ação fantasma à distância".  

E como viajar mais rápido que a velocidade da luz é o objetivo máximo para quebrar a barreira do tempo, este fato estonteante vem mexendo com muitos cientistas.

Mas os fatos - uma série de experimentos, na verdade - calaram o grande gênio. Hoje é consenso entre a maioria dos cientistas que o emaranhamento existe, apesar de físicos e filósofos ainda estarem debatendo como interpretar a realidade por trás dele. 

Aparente ligação "mais rápido do que a luz" entre as partículas subatômicas está nos dizendo realmente que existe um nível de realidade mais profundo da qual não estamos privados, uma dimensão mais complexa além da nossa própria. Vemos objetos como estas partículas subatômicas como se estivessem separadas umas das outras porque estamos vendo apenas uma porção da realidade delas. Em adição a esta natureza fantástica, este universo possuiria outras características surpreendentes. Se a aparente separação das partículas subatômicas é uma ilusão, isto significa que em nível mais profundo de realidade todas as coisas do universo estão infinitamente interconectadas. 

No começo deste ano um grupo de pesquisadores dos EUA realizaram com sucesso um experimento com teletransporte que, pela primeira vez, conseguiu transmitir matéria entre dois locais. O teletransporte de partículas foi concebido em teoria em 1993 e realizado pela primeira vez em 1997. Outro grupo dos EUA teletransportou fótons - partículas de luz - entre dois pontos. Só depois de uma década, porém, é que se conseguiria o teletransporte de uma partícula de matéria, anunciado agora.

A equipe usou o que Albert Einstein chamava de “ação fantasma à distância.” Essa observação da física quântica se baseia no emaranhamento de fótons. No nível quântico, os fótons podem passar a depender uns dos outros depois de sofrer algumas reações com partículas e seus estados se tornarem emaranhados. Esse emaranhamento não significa que os dois fótons estejam conectados fisicamente, mas eles se tornam conectados de uma maneira que os físicos ainda não compreendem. Em pares emaranhados, cada fóton tem o spin oposto ao do outro. Se o spin de um for medido, o spin do outro poderá ser deduzido. O que é estranho ou “fantasmagórico” com relação aos pares emaranhados é que eles permanecem emaranhados, mesmo quando estão separados por uma distância. 
 
Para decepção dos fãs de ficção científica, porém, não é ainda um dispositivo como o da espaçonave da série de TV "Jornada nas Estrelas" que fazia a tripulação se desmaterializar em um lugar e se materializar em outro, do nada. O que os cientistas fizeram agora foi transportar características físicas de uma partícula de itérbio para outra, instantaneamente.
Não é pouca coisa, se considerarmos que aquilo que define a essência dos átomos que compõem as pessoas também são essas características, que os físicos chamam de "estados quânticos". Em teoria, é possível teletransportar um grupo maior de átomos, mas as dificuldades técnicas crescem exponencialmente com o tamanho e complexidade do objeto a ser transmitido.

A principal perspectiva de aplicação da técnica, porém, não é mesmo o transporte público. O teletransporte de átomos individuais, por enquanto, acena como um modo de armazenar e transmitir informações em computadores quânticos - máquinas com poder de cálculo imenso, que por enquanto só existem mesmo em teoria. 
 Com o sucesso do experimento, os cientistas já falam agora na possibilidade de criar uma "internet quântica". Os íons atômicos usados no experimento servem como uma excelente 'memória quântica', para guardar informação, algo que seria difícil fazer usando apenas fótons. O protocolo de teletransporte que demonstramos aqui pode ser um componente vital de computadores quânticos. 

Enquanto não achamos uma melhor explicação para as comunicações instantâneas que vimos ocorrer entre as partículas subatômicas, no mínimo, como observou notou Basil Hiley, um físico do Birbeck College de Londres, os achados de Aspect "indicam que devemos estar preparados para considerar radicalmente novos pontos de vista da realidade ".
 

6 comentários:

  1. Cada vez mais o "mundo real" se aproxima da "ficção de Jornada nas Estrelas". Um abraço. Drauzio Milagres.

    ResponderExcluir
  2. Com certeza os filmes sempre foram um espelho que refletem a tecnologia do futuro...

    ResponderExcluir
  3. isto é muito complexo para a maioria das pessoas mas para mim é mais ainda

    ResponderExcluir
  4. OS CIENTISTAS VÃO CRIAR UM PC QUANTICO,E A MICROSOFT VAI LANCAR O "WINDOWS QUANTICO' E ESTRAGAR TUDO. O QUE SERIA UMA BALA DE VELOCIDADE VAI VIRAR UM "JEGUE QUANTICO DE LERDEZA".

    ResponderExcluir
  5. logo logo a gente vai estar tc com uma gatinha no msn e vamos dizer....tem teletransporte?
    vem aki em casa pra gente se conhecer melhor....hehehe

    ResponderExcluir

Deixe seu comentario, opinião, ou sugestão:

Related Posts with Thumbnails