A Imortalidade
Além das células troncos, teriamos que tomar outras atitudes como por exemplo passar um pouco de fome. É acredite, passar fome pode nos dar muitos anos a mais. E isto ja foi provado desde os anos 30, quando a Universidade Cornell demonstrou que ratos que tinham uma dieta 30% menor chegavam viver 40% mais. É um processo conhecido como restrição calórica, explicado por uma questão evolutiva. A principal teoria é de que, quando passamos fome, nossas células entram num estado de "economia de recursos" que têm, como proteínas. "É como se o corpo tentasse se proteger do risco", diz Randy Strong, farmacólogo da Universidade do Texas. Mas não é necessario que se passe fome. O que a ciência quer fazer é simular essa esperteza que o corpo adquire quando a fome aperta.
O mercado farmaceutico pretende dentro de 5 anos comprar as chamadas "fome em pílulas". Quem promete é o laboratório Sirtris Pharmaceutical que desenvolveu as pílulas baseado no resveratrol - uma substância encontrada em alguns tipos de uvas, como as uvas preta, e que pode imitar essa esperteza do corpo humano. Na uva, a substância existe em
concentrações muito baixas. O trabalho dos pesquisadores é colocar a
maior quantidade possível em pequenas pílulas, que serão vendidas com
uma grife da indústria farmacêutica: o nome da britânica
GlaxoSmithKline, que pagou US$ 720 milhões em 2008 para comprar o
Sirtris e virar dona da pesquisa.
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Estas drogas contra o envelhecimento poderão nos dar cerca de 10 anos extras de vida. O mesmo bônus de vida
que cientistas prometem com a rapamicina. Usada contra alguns tipos de
câncer e para suprimir o sistema imunológico de quem passa por um
transplante, a droga agora é vista como um novo simulador de "fome". Em
ratos, conseguiu prolongar a vida em 30%. Promete ser um concorrente do
resveratrol no futuro mercado de restrição calórica.
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Se você acha que para por aí, esta engando. Além da comida outro fator que é responsavel pelo envelhecimento é o ar. Isso mesmo, é que o oxigênio é um dos mais potentes radicais
livres, como são chamadas as moléculas que circulam pelo nosso corpo
com elétrons instáveis, prontos para roubar elétrons de outras
moléculas. Quando os radicais livres conseguem fazer o roubo, as
células atacadas ficam danificadas. Envelhecem. É como se tivessem sido
tomadas por ferrugem. Até temos um antídoto contra isso: nós produzimos
antioxidantes que nos defendem. O problema é que, com o tempo, essa
produção cai e ficamos vulneráveis. Até porque sofremos um bombardeio
de radicais livres, como o que vem dos alimentos e do ar.
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Se
conseguirmos evitar os radicais livres evitariamos tambem que as células envelhecessem e isso so seria possível atraves das ligações quimicas. É a tese do
cientista russo Mikhail Shchepinov, fundador da Retrotope, companhia
que pesquisa o assunto. O que ele sugere é que nos alimentemos com
comida ou bebida "enriquecida", ou seja, com moléculas resistentes aos
radicais livres que já estiverem no nosso corpo. Água, por exemplo, é
um alvo fácil para os radicais - eles quebram a ligação entre os átomos
de hidrogênio e o de oxigênio. A molécula de água absorvida pelas
células acaba danificada. Por isso, Shchepinov toma, todos os dias, um
golinho de uma água diferente - a fórmula dela não é H20, e sim D20. Ao
contrário do hidrogênio (H), o deutério (D) tem uma ligação forte com o
oxigênio - e mais resistente aos roubos. Segundo o pesquisador, cada
gole combate o envelhecimento. Falta saber o quanto podemos tomar sem
provocar efeitos tóxicos no corpo.
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E pra variar não para por aí, Pra vencer a morte, muitos cientistas acreditam
que nos "aliaremos" as máquinas. E teremos que trocar parafusos de vez em quando.
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ESTILO ROBÔCOP
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Podemos dizer que nos dias atuais isso já é uma realidade. Um exemplo é o marca-passo. Mas indo mais além, o que se espera para o futuro é mais sofisticado: que tal uma produção de orgãos em massa. A Escola de Medicina da Universidade de Wake Forest, nos EUA,
está criando bexigas artificiais. Quer dizer, naturais, mas cultivadas
fora do corpo. São feitas a partir de células da bexiga que será
substituída. E ficam prontas em dois meses.
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O respónsavel por essa pesquisa Anthony Atala. Em 2004, quando era
pesquisador de Harvard (hoje é professor e diretor do Instituto de
Medicina Regenerativa da Universidade de Wake Forest), Atala começou a
"cultivar tecidos". Em um prato, fez as células se dividir e crescerem. Aí criou um molde de uma
bexiga. Nele, colocou células da própria bexiga na parte interior e
células musculares na exterior, fazendo com que elas crescessem. Deu
certo. Dois anos depois foi feito o primeiro transplante, em uma
criança. A equipe dele passou a fazer tentativas com outros tecidos e
já obteve sucesso com cartilagem e veias.
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Outra arma para a medicina seria os nanorrobôs: um exército de robôs-médicos dentro de nosso
corpo para arrumar qualquer defeito. Já existem experimentos na Rice
University, nos EUA. Pesquisadores criaram estrututuras microscópicas,
pequenas cápsulas, capazes de levar remédio pela corrente sanguínea até
células cancerígenas. E sem afetar as sadias. Os nanorrobôs
podem ter o tamanho de células humanas, ou ser ainda menores. Eles se
espalhariam pela corrente sanguínea, limpando nossas artérias muito
antes de elas chegarem perto de entupir. Vão também ser capazes de
destruir vírus, bactérias, células cancerígenas antes que nosso corpo
sofra qualquer dano. Funcionariam como novas pecinhas, responsáveis
pela faxina no organismo. "Em duas décadas, os nanorrobôs vão fazer as
mesmas funções que as nossas células ou tecidos, mas com uma precisão
infinitamente maior", escreveu o futurologista americano Ray Kurzweil,
no livro Transcend, lançado em 2009. (Kurzweil não é qualquer um:
previu, nos anos 80, o que seria a internet hoje.)
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Se isso
parece futurista demais, veja o que está sendo preparado para o
cérebro. O neurocientista Anders Sandberg, da Universidade de Oxford,
quer fazer um download dos nossos pensamentos. O cérebro seria
transformado em um software, com todas as habilidades da versão
original."O programa faria a função de alguma área danificada ou
poderia ampliar nossa capacidade de aprendizado e memória." Para isso,
será preciso conhecer exatamente o funcionamento de nossa cabeça. E
Sandberg pretende fatiar um cérebro em micropedaços para descobrir a
função de cada um.
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Com esse arsenal já em produção, estamos no
caminho para a imortalidade do corpo e da mente. Será o fim de uma das
maiores buscas do homem. E a primeira era de um novo mundo - no qual a
morte deixará de cumprir seu papel.
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Aí, vencer a morte terá sido
só a primeira etapa. A imortalidade trará mudanças profundas na forma
pela qual nos relacionamos com a família, com o trabalho e até com nós
mesmos. Hoje a longevidade da população
já é um dos maiores problemas do planeta em termos de espaço, empregos
e previdência - a população de centenários deve chegar a 2,2 milhões em
2050 (eram 145 mil em 1999). E isso se a imortalidade não chegar antes.
Portanto, prepare-se para uma vida completamente diferente. Mas não se
preocupe por enquanto você terá séculos para se acostumar com ela.
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