Um fenômeno incomum ocorre em um lugar chamado Vale da Morte, na Califórnia, especialmente em um lago seco chamado Racetrack Playa (algo como Planície ou praia dos Rastros). As pedras misteriosamente se movem deixando um rastro atrás de si. Tão intrigante que a NASA, a Agência Espacial Americana decidiu pesquisar o movimento das pedras.
Ninguém jamais conseguiu filmá-las ou vê-las em movimento, outros casos semelhantes são encontrados em diversos outros lagos secos (playas) da região, mas os da Racetrack Playa são os mais notáveis. Algumas das rochas que se moveram pesam menos do meio quilo, mas a maioria pesa entre 11 e 13 quilos. A maior delas, chamada Karen, tem 317 quilos. Os rastros variam em extensão e direção, alguns mostram linhas quase retilíneas, ou curvas suaves, outros têm angulações abruptas e irregulares.
Um dos pesquisadores que estuda o fenômeno é o geologo George M. Stanley. Ele publicou em 1955 um artigo em que afirma que a medição dos ventos no local não indicava que elas estejam se movendo pela ação dos ventos. Outro dado estranho é que pedras pesadas não demonstram ter rastros mais curtos que as menores, como seriam de esperar caso a explicação fosse somente a ação dos ventos. Outro fato estranho é que embora muitas pedras estejam se movendo, algumas, muitas vezes próximas às pedras que andam, simplesmente não saem do lugar, comportando-se como seria de se esperar para uma pedra.
Muitas teorias tentam explicar os fenômenos, desde campos magnéticos, radiação, inclinações geográficas e até alienígenas estariam por trás do fenômeno. A única explicação possível, a única força poderosa capaz de movê-la seria o vento – mas, ainda assim, os 240 km/h medidos não são suficientes para causar tamanho deslocamento.
Os pesquisadores então começaram a se perguntar se haveria alguma forma de reduzir a fricção entre as rochas e o chão argiloso, de modo que o vento pudesse empurrá-las. Uma das principais hipóteses era a de que a umidade transformaria a argila em uma fina lama, fazendo com que algas possivelmente dormentes formassem um limo no qual a pedra deslizaria.
Um estudo cientifico que foi realizado pelo Departamento de Geologia do Instituto de Tecnologia da Califórnia selecionou 25 pedras, deu nome a cada uma delas gravando na superfície de cada uma o seu nome correspondente marcando também a posição de cada um uma estaca de metal. Apos 5 anos de observações os pesquisadores concluíram que 28 das 30 rochas se moveram, deixando trilhas de até 260 metros; Os movimentos acompanhavam a direção dos ventos; Haviam sinais de que as rochas deviam ter se movido quando a superfície estava molhada, ou seja, em períodos correspondentes a invernos muito úmidos.
Os pesquisadores concluíram que um anel de gelo pode se formar na parte de baixo das pedras, provavelmente porque sua massa retém o frio. Quando mais água chega na pedra, essa camada de gelo ajuda o objeto a flutuar parcialmente, de forma que até mesmo uma rocha pesada consegue se mover com o vento. Isso também explica porque algumas das trilhas começam finas e vão ficando mais espessas: a rocha gradualmente afunda na argila úmida conforme o gelo vai derretendo.
Uma causa sugerida para a movimentação em trajetos altamente irregulares é a captura de rochas por fortes redemoinhos de vento, chamados na região de Dust Devils.
As análises de temperatura provaram que seria mesmo possível a formação de gelo – o que levanta uma última hipótese a ser testada. Durante os estudos, o grupo da NASA especulou se as rochas se movem por um processo de “regelo”, causado por uma diferença de pressão dos dois lados de um objeto. A água de um lado permanece líquida e escorre para o outro lado, prendendo bolhas de ar aonde o gelo se forma.
E enquanto tenta solucionar de vez o mistério das pedras que caminham, os pesquisadores convidam o público a colaborarem postando suas próprias fotos da Racetrack Playa no site do projeto.
FONTE:
InfoAbril
WikiPédia
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