A Lua Titã



A maior lua de Saturno, Titã, pode ser mais parecida com a Terra do que pensamos e pode ajudar a explicar a evolução da vida na Terra. Titã têm atraído nos últimos tempos a atenção de astrônomos e astrobiólogos pela complexa atividade química que ocorre em sua superfície, ao ponto de que este enigmático satélite ter a probabilidades de encontrar alguma forma de vida extraterrestre. A lua de Saturno é maior do que os planetas Mercúrio e Plutão e tem uma atmosfera 60 vezes mais densa do que a da Terra. Ou seja, é como se fosse um planeta. E certamente seria considerada um planeta, se orbitasse o Sol.

Titã têm uma densa atmosfera de nitrogênio, com chuva, rios, lagos e mares. É um mundo muito mais frio que o nosso, e o metano líquido e o etano ocupam o lugar da água, mas seus processos hidrológicos são muito similares aos que conhecemos aqui. Além disso, é possível que esconda um grande oceano líquido sob sua superfície. Não bastasse isto, agora cientistas do Centro Nacional Francês de Investigação Científica (CNRS) e da Universidade de São Paulo no Brasil descobriram que a atmosfera de Titã está dividida em capas inferiores similares às da Terra, segundo um estudo publicado em Nature Geoscience. 

A parte mais baixa de qualquer atmosfera, conhecida como camada limite, é a mais influenciada pela superfície do planeta ou lua. Em troca, ela influencia a superfície com nuvens e ventos. A camada limite da Terra, que tem entre 500 metros e três quilômetros de espessura, é controlada em grande parte pelo aquecimento solar na superfície terrestre. Como a Titã está muito mais longe do sol, sua camada pode ser bem diferente, mas isso ainda é muito incerto – a atmosfera dessa lua é grossa e opaca, o que não revela suas outras camadas. Por exemplo, enquanto a espaçonave Voyager 1 sugeriu que a camada limite da Titan tinha 3,5 quilômetros de espessura, a sonda Huygen que chegou mais perto da atmosfera observou que a camada tinha apenas 300 metros. 

Para ajudar na solução desses mistérios, cientistas desenvolveram um modelo climático 3D de como a lua poderia responder a um aquecimento solar. Os cientistas chegaram com este modelo a conclusão de que há duas capas baixas distintas entre elas. A mais baixa, de uns 800 metros de espessura, é causada pelo calor e o esfriamento diários da superfície e varia em altura durante o dia, enquanto que a seguinte têm uns 2 quilômetros e está provocada pela mudança estacionária na circulação global do ar. Controlam os padrões de vento, a separação das dunas e a formação de nuvens a baixa altitude. 

No futuro os cientistas vão estudar como o metano de Titã faz um ciclo entre os lagos e mares superficiais até as nuvens atmosféricas, da mesma maneira que a água na Terra. Titã recebe muito menos energia solar que a Terra. Este isolamento do Sol, que determina as variações de temperatura na atmosfera, é mil vezes mais débil em Titã que na Terra. Para os cientistas, encontrar esta atmosfera tão dinâmica na lua de Saturno foi algo inesperado, mas pode dar pistas sobre a formação de nossa própria atmosfera e talvez seja uma antecipação do que podemos encontrar em outros planetas fora de nosso Sistema solar.

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